quarta-feira, agosto 25, 2010

Puro

Penso se nasci pra ser seu
Se você é o amor meu
Falos unidos em um só
Desejos varridos numa vontade só
Boca que queima e arde
Beijo que acende e invade
Braços que abrem o encanto
Pernas que se enrroscam no canto
A.D.

Benção

Sede de beber seu suor e seu gozo.
Tomar seus pensamentos e fazê-los uma realidade dos deuses.
Nunca mais desunir nossos laços e nossas vidas.
Quem sabe?
Eternidade existe?
Se a resposta for sim, então é nela que deposito o nosso amor.
A Iemanjá fiz minhas preces e ela me atenderá.
A.D.

Cris

Depois de 12 anos de casamento e 2 filhos José e Cris decidem se separar. Na verdade Cris decidiu. Cansada do relacionamento de fachada e das traições de José, ela poe fim naquele fardo, carregado por anos. Ele relutou, discutiu, argumentou, mas não tinha volta e nem um restinho que fosse de chances mais. Ele juntou as roupas e saiu com uma cara de quem iria se vingar, que Cris pediria de joelhos para ele voltar.
Cris, agora, estava leve demais, desamarrada das cordas e correntes do homem que um dia foi seu grande amor. Pensar no que não necessitaria mais aguentar, lhe causava confusão porque o hábito de viver iria mudar. Pensar no dia em que ela pegou José com outra mulher em sua própria casa, sua própria cama, lhe amargurava, lhe provocava um câncer. Com o tempo ela iria esquecer e voltar a sorrir novamente. Até que uns dias após e separação, José, sem dinheiro, nem emprego, decide trabalhar como Cris trabalhava. Ele comprou, com dinheiro emprestado, uma banca e montou uma banca ambulante de cigarros e doces. Virou concorrente frontalde Cris. Ela no primeiro momento quis morrer, depois quis mata-lo. Como aquele cretino teve coragem, ela se perguntava. Mas ai ela pensou na situação dele e como aquilo estava afetando os filhos e relevou a presença de José na praça onde ela trabalhava a 15 anos.
Todos os dias eles ficavam vendendo cigarros a menos de 30 metros um do outro. Ele olhava para Cris, sorria, e queria tirar todos os clientes de Cris a qualquer custo. Vendia mais barato, ficou simpático, enfim, estava disposto a mostra para ela que tinha mudado e queria reatar o casamento e sustentar a família. Cris fica desesperada com o perdão rondando seu coração e parte em procura de um novo amor. Se envolve com um rapaz 10 anos mais jovem que ela. Moreno, pescador, batalhador e que gosta de mulheres maduras como ela. Ele sempre respeitou o casamento de Cris, nunca fez nada para que ela soubesse de seu interesse. Ficava sempre observando, da forma discreta como ele era, Cris nas suas idas e vindas pela rua onde moravam. No começo eles ficaram bons amigos, depois começaram a sair, beber, conversar e ai uma noite ele a segurou firme e deu um beijo. Que beijo. Ela tremeu toda, ficou excitada como nunca tinha ficado. Então começaram a namorar sem esconder o namoro para a família nem amigos.
Quem não gostou foi José. Ele tinha uma namorada, que já existia antes da separação. Só que quando ele viu Cris com outro, não conseguiu mais transar com sua namorada. Toda vez que iam dormir juntos e o sexo tava pra acontecer, ele brochava. E assim ele brochou, brochou..... Até que a namorada não quis mais ficar com José. Ele podia ser tudo para a namorada, feio, baixinho, pobre, menos brocha.
José não pensava em mais nada, só nos momentos em que o pau dele não levantava, e na impotência dele diante disso. Nunca imaginou essa horrível possibilidade, não conseguir mais ficar de pau duro. Não conseguia dormir, não tinha apetite, não conversava masi com ninguém, nào ia trabalhar. Para ele todos sabiam do seu problema e de alguma foram, na cabeça dele, as pessoas faziam chacota da sua situação. Comprou filme pornô, revista, nem pretitutas nem travestis conseguiram o que ele mais queria. O desespero chegou a tal ponto que ele teve uma crise nervosa e chorou como uma criança que perde o seu brinquedo favorito, achando que todos sabiam. Não tinha mais coragem de sair de casa, nem trabalhar. Achava que todos o perseguiam e que Cris era quem mais debochava dele. Sua paranóia chegou a um ponto muito desesperadora. No auge de sua loucura e devaneios, José corta seu pau fora. Num ataque de fúria, ele decepa o pau e os testículos. Sozinho no seu quartinho, ele sangra, delira e se alívia ao segurar seu pau na mão direita, como se tivesse conseguido arrancar, se curar da impotência. Gritando, dizendo que Cris não tinha conseguido o que ela queria, José dá seu último suspiro. Com um sorriso de vingança feita, morre com o seu pau na mão e a tesoura na outra.
A.D.